segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Agora está mais abafado cá em cima.

Declaração de intenções. Quando decidi começar a escrever este blogue foi, primeiro, por andar nestas coisas da blogosfera desde que ela foi criada e, vá-se lá saber porquê, nunca ter querido escrever sobre bola. Depois, foi com aquela sensação que o ano passado iria ser "o ano de Benfica". Foi-o pelas piores razões. O mês de maio de 2013  deixou marcas profundas que se ressentem na minha disponibilidade mental para escrever algo de entusiasmante ou entusiasmado pelo Benfica após o fatídico 5º mês do ano.

Exemplo disso foi o meu último post que com o Benfica líder estava outra vez embebido de ilusão. quando as coisas começaram a correr mal o entusiasmo foi-se. Mas o que é giro na bola é que bastam três jornadas e volta-se tudo a misturar e o que era ontem verdade hoje é mentira e o que ontem era certeza hoje é o seu oposto e as contas, como sempre, fazem-se sempre no fim.


Há três semanas estava todo contente não tanto por o Benfica ir em primeiro (ocupava esse pódio com o Sporting) mas pelo Porto estar a fazer exibições miseráveis. Em duas jornadas loucas o Benfica perde a liderança num jogo absurdo com o Arouca, deixa-se apanhar pelo Porto e deixa fugir o Sporting.

Eis que o Porto e o seu macaco amestrado percebem que lhes falta qualquer coisa na equipa e repescam Carlos Eduardo, que perfuma a equipa suficiente para marcar 7 golos em dois jogos e morder os calcanhares ao Benfica e deixar de sobreaviso o líder.

Acto contínuo, após as vitórias de Benfica e Porto, eis que nesta jornada o Sporting cumpre uma das minhas previsões e deixa-se atacar pela pressão. Empata com o Nacional e volta à sua condição de Calimero a choramingar pela roubalheira de que foi alvo. Pela reação dos putos e pelos relatos do balneário, o Sporting pode até estar a jogar com alma e pouca pressão mas já se vê que quando algo corre mal o fantasma Calimero depressa ataca e não consegue lidar com os infortúnio. Vão vejo o Sporting a saber ser líder e sabe-o ainda menos que o Benfica ou o Porto, que sabem mas não conseguem.

Mais ainda.

Quando na jornada anterior o Sporting ganha 3-0 num jogo em que o primeiro golo nasce de uma grande penalidade marcada de forma completamente irreal mas embala para uma vitória segura, foi mais ou menos unânime que, apesar do golo que lança a goleada ter nascido de uma falta fora do campo, a exibição do Sporting fez por merecer a vitória.

Ou seja, a superioridade foi por demais evidente de tal forma que a estética se sobrepôes à ética e o merecimento da condição de líder não poderia ser posta em causa.

A tese a semana passada foi " O Sporting apesar de ter beneficiado de um lance irregular para iniciar uma goleada merece ser líder porque durante os 90 minutos mais do que justificou a vitória"

Já esta jornada todo o ónus do merecimento da condição de líder isolado cai sobre o golo supostamente mal anulado a Slimani e não sobre a incapacidade do Sporting ter marcado qualquer golo em 90 minutos fora do lance de Slimani.

Portanto, a tese do sportinguista para esta semana é a que "O Sporting merecia estar na frente isolado porque nos roubaram o golo limpo" em vez de "O Sporting merece ser apanhado pelo Benfica e Porto porque não fez a ponta de um chavelho durante 89 minutos para que justificasse a liderança.

Calimeros...

Agora a três já não se respira tão bem cá em cima e está um pouco mais bafiento o ambiente.

A estatísticas valem o que valem mas da última vez que o lugar de líder no Natal foi ocupado pelos 3 grandes foi quando o Benfica de Trapattoni foi campeão... a jogar à defesa com o Nuno Assis a 10 e o  Petit a distribuir fruta no meio campo.

Mas digo isto só para encher chouriços que o entusiasmo não é muito.

Maio ainda me dói

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Respira-se melhor cá em cima.

Olha... O Sporting, a partilhar a liderança connosco e a vermos o Porto lá em baixo. O ar até está mais limpinho e respira-se melhor. Cheira bem... Cheira a Lisboa.

 Já lá vai um tempinho desde que os dois clubes de Lisboa ficaram à frente do clube dos andrades. E muitos mais desde que ficaram ombro a ombro pela liderança.

Dois pontos, no entanto:

Primeiro:

O Porto está com um problema. Um problema de discernimento que se escudou o ano passado com uma vitória de campeonato sem saber ler nem escrever, ao sabor de um remate fortuito de um tipo qualquer que este ano nem se sabe bem onde anda.

Essa vitória e o desaire emocional do Benfica que surgiu após aquele malfadadop golo ofuscou uma realidade que já dura há dois anos.

O Porto tem pouco bandc e, desde que vendeu o Moutinho e o James ao Mónaco, pouco mais tem de plantel que Jackson e Fernando.

Mostra também que o Porto não tem treinador. Tem dirigentes que costumavam oferecer um plantel rico de soluções a qualquer macaco amestrado que se ligasse ao automático de um 4-3-3 bem oleado, tivesse a ajuda de algumas arbitragens estrategicamente encomendadas, e isso bastava para se ser campeão e com um bocadinho mais de esforço e inteligência, fazer brilharetes na europa.

Ora este ano o Porto tem um dirigente intermitente, um plantel sem extremos ou defesas laterais e pouco mais que um macaco amestrado com barba como treinador que, face às evidentes lacunas no plantel não sabe como se desenvencilhar desse problema. Mesmo com a ajuda limpinha do Capela, nem um miserável jogador que saiba marcar penaltis oferecidos o Porto tem...

As más exibições redundaram no inevitável. A perca de 7 pontos 7 para os dois principais rivais.
 

Dito isto vamos ao 2º ponto.

O Porto está em baixo (e numa crise mortal segundo os parincipais pasquins lisboetas de hoje) mas não está morto. Pinto da Costa está doente mas também não está morto e saberá identificar tão bem, ou melhor que qualquer pasquim ou blogger vermelho e verde sabe, quais são os problemas. O mercado de janeiro está à porta e ainda há mais de metade do campeonato pela frente.Da última vez que Benfica e Sporting ultrapassaram o Porto, Jesualdo levou a equipa a ser campeã com 11 pontos de avanço sobre o Benfica.

Cabe a nós Benfica - e ao Sporting se quiser e conseguir - fazer por manter o Porto abaixo com exibições e resultados consistentes.

Por enquanto o Benfica não é Cardozodependente tanto quanto o Porto é Jacksondependente. Lima e Rodrigo provaram-no bem nestes dois últimos jogos, da Champions e do Campeonato. O Sporting treve Slimani para as brancas de Montero.

O que o Sporting não tem ainda é cabeça e maturidade para lidar com a pressão dos jogos grandes e se esta época já o demonstrou por três vezes, duas com o Benfica e uma com o Porto, não será em 6 meses que a maturidade, que não existe, virá ao de cima.

É com estas contas que a liderança conquistada perto do Natal, mesmo que a meias com um rival, algo que normalmente é ao contrário para os lados da Luz que arranca com tesão mas esgota-se ao fim da primeira volta, que tenho um bocadinho mais de ilusão, pelo menos até à próxima derrota vergonhosa