segunda-feira, 8 de junho de 2015

Mantenhamo-nos agnósticos e plurais...

Já há muito que queria voltar a escrever. O balanço desta época era um bom móbil visto que curiosamente, da última vez que o fiz com alguma cadência há dois anos reportava para me insurgir perante a dor causada pela derrota para que o treinador fosse parar às urtigas.
Após isso e no culminar desta época, por fé em Deusébio que guiava a bolinha cá em baixo e competência do treinador e equipa varriam-se os títulos em Portugal, quase virávamos uma maldição e chegámos ao Bicampeonato, algo recordado em memórias difusas de criança. Duas épocas fulminantes, uma com uma equipa de jogadores fantásticos e treinador confiante e confiado, outra com uma estrutura certa, um treinador realista e uma equipa unida. Ponto!
Esta época foi a verdadeira vitória da segurança e do consumo interno, em que se provou que a liderança e a competência de um grupo se sobrepõe a individualidades provando que o lema que pontifica no símbolo faz todo o sentido: “De todos um”. Todos, jogadores, treinadores, estrutura (!), roupeiros, etc… Sempre Muita Fortes!

O problema e a pedra de toque são as individualidades. 
A estupidez é arrogante. 
A arrogância é soberba. 
Analogia para um dos pecados capitais, que mais uma vez insistimos em cometer…
Quem gerou a criatura Dr. Frankestein? Pronto, como dizem os zucas… fodeu!

Jorge J. muito obrigado por estes anos, por teres trazido futebol ao meu clube, por teres trazido títulos ao meu clube, por teres entusiasmado adeptos e teres sido um catalisador para acordares o gigante adormecido, por teres gerado dinheiro e condições para até um qualquer Eliseu ou Weldon ser decisivo, para teres recuperado e criado novos jogadores… Eu entendi há dois anos que preferia ver a equipa a lutar e perder, porque quando se luta estás sempre mais perto de ganhar.  E é isso enquanto adeptos que todos queremos, ganhar! 
E dessa forma fomos perdoando tudo o resto, a falta de carácter, a linguagem arrogante derivada da sabedoria do jogo, o tratamento indecente perante colegas e membros do clube, as invenções e camionetas de jogadores que falharam, os dedos e as pastilhas, a soberba e a assunção de divindade! Afinal como o tipo da cruz, és um homem. E, ao que parece contrário ao teu homónimo, um daqueles sem escrúpulos e detestável, mas óptimo naquilo para que servias: construir uma equipa de futebol e ganhar. Quase que te equiparaste ao outro pelos milagres ou então estou só a exagerar muitísssssimo! E por isso, os meus sinceros agradecimentos. 
Agora põe-te nas pu… e já ontem era tarde e volta para a condição de lizzard que te assenta bem.

Mas a responsabilidade não é toda tua. A arrogância e a soberba não é singular nestes casos de equipas. Há sempre alguém que quer ser mais que todos.  Não podias ser só tu, tinha de ser a estrutura… tinha de ser o Rei Sol. A estrutura já lá estava há 8 anos e pouco ganhava e a estrutura sustenta mas não marca golos, não comanda, não treina. Como dizia o RAP, o modelo de presidência deve ser o de Borges Coutinho, é estar na sombra e aparecer para sustentar não é querer ser PdC e querer ter bandeiras com a fronha estampada nas bancadas. Volto a relembrar o que está escrito no símbolo: “De todos um…”
Não diabolizem nem apaguem a história. Aprendam com ela para evitar continuar a cometer os mesmos erros.

Auguram-se tempos difíceis – especialmente se não vier um anti-Jesus (Bitó Pereira) ou o Marco Silva que é da nossa cepa e que é mais maltratado do que um simples retirar de foto – mas respira-se um pouco melhor agora. Mas será mais difícil ganhar. Mas também o era na génese do clube quando nos tiraram o campo e os jogadores e o Cosme continuou a ganhar, também o era no início dos anos 50/60 quando tivemos de erguer o estádio com esforço e fazer nascer um Benfica europeu, também o era em 1993 no célebre verão quente, também o era quando o aldrabão quase nos levava à falência. Mas é assim quando nos esquecemos que acima de todos…UM! 


Will see about karma now…



P.S. E agora vão servir sopas de cavalo cansado em vez de vichissoise, cuspir para o chão à saída da ópera e mascar pastilha elástica de boca aberta enquanto degustam um cubano? Provem um pouco da vossa diferença.

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