segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Agora está mais abafado cá em cima.

Declaração de intenções. Quando decidi começar a escrever este blogue foi, primeiro, por andar nestas coisas da blogosfera desde que ela foi criada e, vá-se lá saber porquê, nunca ter querido escrever sobre bola. Depois, foi com aquela sensação que o ano passado iria ser "o ano de Benfica". Foi-o pelas piores razões. O mês de maio de 2013  deixou marcas profundas que se ressentem na minha disponibilidade mental para escrever algo de entusiasmante ou entusiasmado pelo Benfica após o fatídico 5º mês do ano.

Exemplo disso foi o meu último post que com o Benfica líder estava outra vez embebido de ilusão. quando as coisas começaram a correr mal o entusiasmo foi-se. Mas o que é giro na bola é que bastam três jornadas e volta-se tudo a misturar e o que era ontem verdade hoje é mentira e o que ontem era certeza hoje é o seu oposto e as contas, como sempre, fazem-se sempre no fim.


Há três semanas estava todo contente não tanto por o Benfica ir em primeiro (ocupava esse pódio com o Sporting) mas pelo Porto estar a fazer exibições miseráveis. Em duas jornadas loucas o Benfica perde a liderança num jogo absurdo com o Arouca, deixa-se apanhar pelo Porto e deixa fugir o Sporting.

Eis que o Porto e o seu macaco amestrado percebem que lhes falta qualquer coisa na equipa e repescam Carlos Eduardo, que perfuma a equipa suficiente para marcar 7 golos em dois jogos e morder os calcanhares ao Benfica e deixar de sobreaviso o líder.

Acto contínuo, após as vitórias de Benfica e Porto, eis que nesta jornada o Sporting cumpre uma das minhas previsões e deixa-se atacar pela pressão. Empata com o Nacional e volta à sua condição de Calimero a choramingar pela roubalheira de que foi alvo. Pela reação dos putos e pelos relatos do balneário, o Sporting pode até estar a jogar com alma e pouca pressão mas já se vê que quando algo corre mal o fantasma Calimero depressa ataca e não consegue lidar com os infortúnio. Vão vejo o Sporting a saber ser líder e sabe-o ainda menos que o Benfica ou o Porto, que sabem mas não conseguem.

Mais ainda.

Quando na jornada anterior o Sporting ganha 3-0 num jogo em que o primeiro golo nasce de uma grande penalidade marcada de forma completamente irreal mas embala para uma vitória segura, foi mais ou menos unânime que, apesar do golo que lança a goleada ter nascido de uma falta fora do campo, a exibição do Sporting fez por merecer a vitória.

Ou seja, a superioridade foi por demais evidente de tal forma que a estética se sobrepôes à ética e o merecimento da condição de líder não poderia ser posta em causa.

A tese a semana passada foi " O Sporting apesar de ter beneficiado de um lance irregular para iniciar uma goleada merece ser líder porque durante os 90 minutos mais do que justificou a vitória"

Já esta jornada todo o ónus do merecimento da condição de líder isolado cai sobre o golo supostamente mal anulado a Slimani e não sobre a incapacidade do Sporting ter marcado qualquer golo em 90 minutos fora do lance de Slimani.

Portanto, a tese do sportinguista para esta semana é a que "O Sporting merecia estar na frente isolado porque nos roubaram o golo limpo" em vez de "O Sporting merece ser apanhado pelo Benfica e Porto porque não fez a ponta de um chavelho durante 89 minutos para que justificasse a liderança.

Calimeros...

Agora a três já não se respira tão bem cá em cima e está um pouco mais bafiento o ambiente.

A estatísticas valem o que valem mas da última vez que o lugar de líder no Natal foi ocupado pelos 3 grandes foi quando o Benfica de Trapattoni foi campeão... a jogar à defesa com o Nuno Assis a 10 e o  Petit a distribuir fruta no meio campo.

Mas digo isto só para encher chouriços que o entusiasmo não é muito.

Maio ainda me dói

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Respira-se melhor cá em cima.

Olha... O Sporting, a partilhar a liderança connosco e a vermos o Porto lá em baixo. O ar até está mais limpinho e respira-se melhor. Cheira bem... Cheira a Lisboa.

 Já lá vai um tempinho desde que os dois clubes de Lisboa ficaram à frente do clube dos andrades. E muitos mais desde que ficaram ombro a ombro pela liderança.

Dois pontos, no entanto:

Primeiro:

O Porto está com um problema. Um problema de discernimento que se escudou o ano passado com uma vitória de campeonato sem saber ler nem escrever, ao sabor de um remate fortuito de um tipo qualquer que este ano nem se sabe bem onde anda.

Essa vitória e o desaire emocional do Benfica que surgiu após aquele malfadadop golo ofuscou uma realidade que já dura há dois anos.

O Porto tem pouco bandc e, desde que vendeu o Moutinho e o James ao Mónaco, pouco mais tem de plantel que Jackson e Fernando.

Mostra também que o Porto não tem treinador. Tem dirigentes que costumavam oferecer um plantel rico de soluções a qualquer macaco amestrado que se ligasse ao automático de um 4-3-3 bem oleado, tivesse a ajuda de algumas arbitragens estrategicamente encomendadas, e isso bastava para se ser campeão e com um bocadinho mais de esforço e inteligência, fazer brilharetes na europa.

Ora este ano o Porto tem um dirigente intermitente, um plantel sem extremos ou defesas laterais e pouco mais que um macaco amestrado com barba como treinador que, face às evidentes lacunas no plantel não sabe como se desenvencilhar desse problema. Mesmo com a ajuda limpinha do Capela, nem um miserável jogador que saiba marcar penaltis oferecidos o Porto tem...

As más exibições redundaram no inevitável. A perca de 7 pontos 7 para os dois principais rivais.
 

Dito isto vamos ao 2º ponto.

O Porto está em baixo (e numa crise mortal segundo os parincipais pasquins lisboetas de hoje) mas não está morto. Pinto da Costa está doente mas também não está morto e saberá identificar tão bem, ou melhor que qualquer pasquim ou blogger vermelho e verde sabe, quais são os problemas. O mercado de janeiro está à porta e ainda há mais de metade do campeonato pela frente.Da última vez que Benfica e Sporting ultrapassaram o Porto, Jesualdo levou a equipa a ser campeã com 11 pontos de avanço sobre o Benfica.

Cabe a nós Benfica - e ao Sporting se quiser e conseguir - fazer por manter o Porto abaixo com exibições e resultados consistentes.

Por enquanto o Benfica não é Cardozodependente tanto quanto o Porto é Jacksondependente. Lima e Rodrigo provaram-no bem nestes dois últimos jogos, da Champions e do Campeonato. O Sporting treve Slimani para as brancas de Montero.

O que o Sporting não tem ainda é cabeça e maturidade para lidar com a pressão dos jogos grandes e se esta época já o demonstrou por três vezes, duas com o Benfica e uma com o Porto, não será em 6 meses que a maturidade, que não existe, virá ao de cima.

É com estas contas que a liderança conquistada perto do Natal, mesmo que a meias com um rival, algo que normalmente é ao contrário para os lados da Luz que arranca com tesão mas esgota-se ao fim da primeira volta, que tenho um bocadinho mais de ilusão, pelo menos até à próxima derrota vergonhosa


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Bora lá caralho!

Ontem foi mais um jogo típico de Portugal. Jogar bem, sofrer melhor e arrancar a merecida vitória a ferros, sangue, suor e lágrimas. Não há muitas mais análises a fazer. Ronaldo carrega a equipa às costas mas não joga sozinho.

A equipa aprendeu foi a jogar para ele em vez de esperar que seja ele a resolveer tudo sozinho. Há a pena de Ibrahimovic não jogar um mundial mas o resto da equipa da Suécia não tem a metade da qualidade do Ibra, que sim, fica à espera que ele resolva. Portugal merece estar no Brasil, Ronaldo merece estar no Brasil e arrisca-se a ser o melhor jogador português de todos os tempos, por mais que me custe reconhecer em detrimento do deus que ilustra o fundo deste blogue.

Para o ano o Verão vai ser animado. Até lá temos um campeonato e uma taça para ganhar e um figurão a fazer na Europa para que a seleção seja mais vermelha ainda. Se o Rúben não se lesionar e continuar a fazer o que começou esta época, se o André continuar a jogar bem nas laterais e se o Ivan, o André Gomes ou o Bernardo explodirem a tempo, talvez o nosso glorioso esteja melhor representado nas cores portuguesas para o ano.

Mas para isso é preciso que o Benfica ganhe títulos com portugueses a jogar lá

Que bons ventos nos levem o vermelho de volta ao Brasil!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

G'anda jogatana!

No último dérbi tinha-me queixado que o jogo tinha sido previsivelmente aborrecido, que os dérbis dos últimos anos eram sempre a mesma coisa e que mesmo as vitórias ou as derrotas para cada lado obedeciam a um padrão.

Como não há bela sem senão nem regra sem exceção (gostaram? foi metida mesmo agora... não gostaram? Olha foda-se, escrevam vocês...) felizmente o dérbi do sábado foi tudo menos monótono, previsível e aborrecido e foi talvez dos melhores dérbis a que assisti. Para ser melhor só mesmo se depois do terceiro do Cardozo, o Benfica arrancasse para uma daquelas goleadas à antiga mas isso é que parece que está difícil para estes lados.

Nesse capítulo foi o Sporting que levou a melhor mais recentemente, também para um jogo da Taça onde depois de um 2-0 a nosso favoro Sporting recupera para um épico 5-3. Melão habitual e seguiu na altura o Sporting na Taça com um Benfica por arames dependendo de um Di Maria ainda verdinho e com o Chalana no banco a mandar na coisa! (não podia ter sorrido bem...)

Desta vez não aconteceu goleada mas aconteceu golos e futebol. Aconteceu Cardozo e por isso aconteceram golos. E aconteceram expulsões e porrada e polémica e erros de arbitragem e erros de equipa e de jogadores, bolas no poste, penalistis por assinalar, tudo num turbilhão de emoções e de sofrimento que me fizeram viver este jogo como há muito que não vivia.

Desta vez não foi o Sporting com o tesão do mijo habitual a querer comer tudo e todos. Foi um Benfica mandão e controlador que manietou o Sporting e que, com autoridade, mesmo depois de sofrer o empate pelo Capel, conseguiu dar a volta por cima. O primeiro remate do Sporting foi aos 38 minutos, no golo que deu o empate. Depois o hattrick do Cardozo que me deixou com a esperança de arrancarmos para uma goleada épica. Pena voltarmos a cair nos erros habituais desta época. as falhas de marcação.

Havia benfiquistas nas redes sociais a reclamar "VERGONHA" e a cabeça do jesus pelos erros nas bolas paradas. Compreende-se. uma equipa que quer ser autoritária não pode abrir um flanco destes. Uma vez mais o pesadelo dos 92 minutos voltou mas que foi corrigido num prolongamento onde o Sporting tinha vontade mas já não tinha perna se o Benfica acreditou mais. Tanto acreditou que o Patrício respondeu.

Acho no entanto que estão a crucificar o Patrício.Foi o Patrício que impediu o Sporting de saír mais cedo do jogo e ainda conseguiu aguentar a equipa no tempo regulamentar para que tivesse esperança de passar no prolongamento. No fundo, o erro do Patrício foi apenas o revelar de uma inevitabilidade. Patrício trouxe justiça ao resultado.

E não só. O guarda-redes do Sporting conseguiu deixar-me verdadeiramente deliciado outra vez com um momento de futebol. Aquela bola a pingar lentamente por debaixo das pernas do guardião verde e a ir vagarosamente alojar-se no lado de lá da linha de golo e o ar feliz do Luisão em contraste com o ar estupefacto do Patrício a segurar a bola em cima da linha de golo, como que a dizer "Mas a bola não passou..." é algo que irei ver e rever durante muitos anos.


Mais uma vez é pena que os erros de arbitragem tenham manchado o jogo. Apesar de os erros não terem condicionado o decorrer do jogo como o fizeram no dérbi da época passada, o Sporting não deixa de ter razão no fora de jogo que precede o terceiro golo do Cardozo. Embora ali mesmo em linha e sem beneficiar diretamente da posição para ter marcado o golo, não deixa de estar visivelmente em fora de jogo. Assim como têm razão no penalti claro do André Almeida (o do Luisão aceita-se não ter sido assinalado, assim como se aceitava se fosse). É por isso que é natural que se ressintam pelos erros de arbitragem.

Infelizmente (ou felizmente) eu cá não sou nada imparcial nestas merdas e como não sou analista desportivo nem olho para as coisas com um olhar neutro, estou-me positivamente a cagar para os erros de arbitragem que prejudicaram o Sporting. Foi um jogo épico, foi uma torrente de emoções que felizmente viraram para o bom porto da vitória do Benfica.

Depois do desastre da Grécia com aquela magra vingança do Roberto (que agora provavelmente vai levar um baile de bola do PSG e dar uma casa ou duas para compensar as que não deu), este foi o jogo ideal para alimentar mais uma ilusão este ano. Pelo menos até à próxima derrota escandalosa ou exibição miserável. Porque, meso que às vezes o queira, não consigo deixr de ver o Benfica nem de torcer pela sua vitória e acreditar que conseguimos ganhar alguma coisa.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ser benfiquista é...

... levantar-me domingo antes da uma da tarde e ir ao Barbas na Costa encher a pança com uma cataplana de peixe à beira mar entre as fotografias do Eusébio com o Barbas que estão espalhadas pela parede.

... discutir a economia do país e de como ir ao Barbas devia dar benefícios fiscais. Aliás, pagar quotas do Benfica devia dar benefícios fiscais. Comer no Barbas e ser do Benfica é benéfico para a economia do país. (Este post tem o patrocínio da Clara Alves)

... ir ver o Benfica dar 2-0 ao Nacional, ver a cantera do Benfica dar resultados. Ver o momento bonito entre o Jesus e o Manuel Machado.

... gritar golo do Cardozo.

... esperar que um adversário direto perca pontos.

Tudo isto aconteceu. Tudo isto foi um domingo à Benfica.

P.S: Momento menos benfiquista, no sentido estrito do termo. Para ser verdadeiramente honesto, embora o empate fosse o resultado mais apetecível, estava genuinamente a torcer pelo Sporting. Para além de não gostar do Porto, detesto ainda mais o Paulo Fonseca. Um treinador medíocre que depressa absorve a doutrina do velho e limita-se a apontar com o dedo, tipo macaco amestrado, quando a equipa funciona como um relógio. Mas o Sporting teve de enfrentar a dura realidade. É uma equipa inferior à do Porto. O melhor Sporting só dá para empatar com o mais mediano do Benfica e para perder 3-1 com o Porto.

Resta saber se o melhor Sporting nos ganha na Taça ou cá desconfio que este ano o Natal volta a chegar mais cedo para os lados de Alvalade.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O Dilúvio Vermelho e a grandeza de Roberto

O jogo de ontem foi uma boa parábola acerca do que tem sido o Benfica esta época. Uma equipa a arrastar-se displicen quando a vlda lhe é facilitada e só quando leva uma bofetada e fica de rastos é que acorda e luta. Só que ontem a luta foi contra a intempérie e só um milagre conseguiria dar a volta ao mau resultado imposto por Dominguez.

Ou um milagre ou o Roberto.

Ooops...



Na época quente do Roberto, Jesus, teimoso e inflexível como é, parafraseou que o Roberto ainda havia de dar pontos ao Benfica. Não se enganou. Tal qual uma inevitabilidade trágica, o Roberto deu a sua habitual "casa", qual boneco de trapos com os bracinhos a esvoaçar ao sabor do vazio onde não havia bola nenhuma.

Roberto limitou-se a cumprir o que parece ser evidente para todos menos para o próprio ou para os seus treinadores. Roberto é bom entre os postes mas um desastre autêntico a saír deles. Não é psicológico, motivacional, conjuntural ou má vontade.

É uma clara, evidente e quase irresolúvel deficiência técnica. O homem não sabe saír a bolas pelo ar. Ponto final.

Roberto és grande! ... e finalmente fizeste o Benfica feliz!

Fora isso, o jogo de ontem (ou os 45 minutos onde ainda se conseguia jogar alguma coisa) mostrou que só umaa grande reviravolta na mentalidade dos jogadores conseguirá fazer o Benfica saír do limbo desta época.

Com campeonato, taça, taça da liga, Champions, o Benfica tem de ter, mais do que soluções no banco e plantel, vontade e querer mostrar que está aqui para as vencer a todas. Nem que sej apara perder tudo no fim da época. Mas esse é um momento que, embora trágico, só acontece a quem lutar para lá chegar.

A taça resolve-se já que calhou-nos logo o Sporting à 4ª eliminatória e se os putos continuarm com o tesão do mijo, ou nos levantamos e lutamos já, ou ficamos com menos uma competição para nos preocuparmos.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ganha-se uns, perde-se outros

Ou quem dá tira ou o diabo a sete.

Será que finalmente caimos na real? Ou será que para a próxima jornada do campeonato e da Liga dos Campeões fazemos mais dois resultados que nos iludem até à próxima vez que cairmos outra vez na real?

O Benfica empata com o Belém num campo alagado sem condições físicas e anímicas da equipa, leva um banho de realidade chamado Ibrahimovic na Liga dos Campeões e de repente estamos seguros pelos arames do Estoril.

Ontem lutámos desesperadamente para manter uma esperança ilusória que nos vai arrastar este ano penosamente até ao fim. Tenho este assomo de lucidez até ao próximo resultado milagroso do Benfica que me vai deixar cego de esperança outra vez até ao próximo resultado miserável e assim sucessivamente.

Fica este post para memória futura, uma espécie de âncora à realidade onde me agarre na próxima vitória e onde venha dizer "eu sabia" na próxima derrota.

Se o Sporting passa do Natal, é campeão. O Paulo Fonseca não é treinador para vencer campeonatos, por mais Jackson que tenha, que, neste momento, pouco mais tem do que Jackson.

Nós? O carrocel emocional de sempre. A eterna ilusão.

Se formos campeões este ano, lembrem-me de cá vir ler este post para não caír naquela cegueira vermelha do "somos os melhores", que para merecermso alguma vitória que se veja este ano é necessário dar uma volta de 180º (ou 360, se for o Jesus a dizer isto)...

Bem hajam.

(P.S. Yay, Cardozo... Yay...)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Uma imagem vale mais que mil palavras

Bem sei que há muito que não escrevo, a culpa é da Pandora que deitou fora a chave em idos de Maio e ainda não a encontrei.... tudo em redor do "vermelho saltitante" tem sido deslustroso e quase amoral, mas como repito eu nunca me zango, eu nunca te nego, apenas ando arredio...

Podia falar do apóstolo, do Jejum, do orelhas, dos sérvios, das conferências de imprensa do Abel Xavier, dos chapéus do Costinha ou do Montero esse "Jardel das linhas", mas não....
fica uma imagem que resume esta latrina de futebol em Portugal e uma frase pseudo-cómica:



Grande Marco, nunca mais substituis o Jejum....












E sabem que mais... "Isento, tens de ser Isento, Isento é.... mas é o adversário do Sporting na Liga Europa, caral*!#$"

Adeus e até uma próxima!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Um gajo da Amadora II

Já havia escrito aqui. O facto de estar a treinar um dos maiores clubes do mundo, ganhar títulos, levar a equipa a finais europeias não apaga - e por vezes os adeptos esquecem-se - o facto simples do Jesus ser, antes de treinador do Benfica, apenas um gajo da Amadora. E ontem foi o gajo da Amadora que se virou à porrada à bófia no fim do jogo porque estavam a aviar um outro gajo do Benfica. E um gajo do Benfica, principalmente da Amadora, não se fica quando um outro gajo do Benfica está a levar nos cornos, mesmo que seja da bófia, foda-se. Embora ache que aquilo foi um flash back do final da Taça e Jesus virou-se ao polícia a pensar que era o Cardozo...

Jesus é grande, e como disse uma amiga benfiquista por SMS à minha benfiquista favorita, que entretanto me apresentava a sua análise sobre a alteração do paradigma religioso da contemporaneidade, onde Jesus já não oferece primeiro a face, arreia na bófia sem perguntar,:

O que faremos nós quando Jesus já não treinar o Benfica?

Adiante. Depois de uma pausa na escrita, porque basicamente estive as últimas duas semanas de papo para o ar na praia, voltámos ao campeonato. Depois de uma boa ronda na Europa, onde se ganhou com meia tranquilidade, tivemos neste fim de semana uma jornada animada.

Um Porto a jogar à Paços e um Sporting a passo.

Para Paulinho, o Fonseca, Jesus é todo poderoso e omnipresente. Jesus fala e abana a arbitragem nacional. Ondas de choque de Jesus atuam em todos os campos e, segundo Paulinho, o Fonseca, desgraçadinhos do Sporting e do Porto que foram roubados pelos árbitros, às graças de Jesus todo poderoso e influenciador das arbritagens...

Paulinho, volta mas é a treinar o Paços, que colocar o Porto a jogar à Paços dá nisso e só não saíste da Amoreira com uma derrota porque o Helton estava lá para agarrar as bolas do Luís Leal que estava possesso.

Paulinho, o Fonseca, devia era queixar-se por o árbitro não ter expulso o Otamendi quando devia, porque foi este que fez a falta - fora da área é certo - que deu origem ao penalti que galvanizou o Estoril, que não se atemorizou perante o Porto e nunca desistiu.

O Porto experimentou com o Estoril o que muitas vezes o Benfica sente. Que tudo o que é equipa pequena agiganta-se e joga como se não houvesse amanhã contra o Benfica.

Gostaria era de ver todas as equipas mais pequenas a fincar o pé com esta alma e garra mas duvido que as coisas a norte corram tão mal contra o Porto como correram a sul. Sintomático ou não é o que se passou nas tribuna VIP da Amoreira com o Presidente da AF Lisboa a encher o peito aos dirigentes do Porto e a levar nos cornos por isso. As coisas estão lentamente a mudar, pelo menos aqui para o Sul.

O Sporting caíu na realidade ao empatar com o Benfica e parece que isso os deixou engasgados. Mais um empate de uma equipa que está cheia de putos mas mostra não ter soluções no banco quando as estrelas se lesionam ou empancam. Leonardo Jardim, apesar de não ter ter tido uma grande penalidade assinalada a seu favor, ao contrário do choramingas Paulinho, o Fonseca, disse aquilo que toda a gente pensa mas se esconde atrás da hipocrisia institucional clubística habitual e colocou o dedo na ferida que muita gente não gosta.

É tão simples quanto isto:

«É uma hipocrisia os três grandes falarem de arbitragem quando são os mais beneficiados.» 


Ao invés de choramingar como o Paulinho, o Fonserca, Leonardo Jardim sabe de onde vem, onde está a treinar e o que diz. Tomem lá e embrulhem.

E finalmente, mais uma vez:

OSCAR

TACUARA

CARDOZO


Confesso. Acho que o Benfica fez mal em não vender o Cardozo pelos 12 ou 13 milhões que ofereciam. tem 30 anos, não vai ficar novo e daqui a duas épocas ninguém o quer e será uma sorte conseguirmos 5 milhões por ele. Mas porra. O homem parece o Jardel, mesmo sem querer enfia sempre uma lá dentro. E continua a dar pontos e vitórias. Admiro-lhe a capacidade e o profissionalismo, para além dos golos que marca e, espero eu, continue a marcar.

Vamos lá que já só estamos a 3 pontos e ainda a procissão vai no adro.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Deva Vu parte IV: O tesão do mijo do Sporting, o pouca coisinha arrancada a ferros do Benfica


Confesso que tenho saudades de jogos gloriosos, jogos cheios de garra, jogos cheios de emoção e surpresa. Jogos daqueles onde não sabemos o que se vai passar, onde tudo pode pender para qualquer lado, onde se irá destacar um génio que revolucione o que se está a passar em campo. Jogos como o dos 7-1 favorável ao Sporting ou o dos 6-3 favorável ao Benfica. Jogos de homem, jogos de antigamento.

Este jogo foi mais um deja vu. Nos últimos 14 anos os jogos entre o Sporting e Benfica nos estádios de Alvalade estão num impasse.

5 vitórias para cada lado e 4 empates, sendo o empate de sábado o culminar desse tédio entre as duas equipas.

Essencialmente o tédio sobressai do facto de os jogos entre estas duas equipas não contarem realmente para nada (exceção feita do dérbi de 2004/2005 na Luz aquando o penúltimo campeonato do Benfica pela mão de Trapattoni.)

Desde então ir a Alvalade não tem contado para muito mais do que discutir a Taça da 2ª Circular e o jogo de sábado não foi exceção em expetativas.

Senão vejamos.  

Deja vu nº 1

O Sporting entra cheio de tesão do mijo com a tática habitual de qualquer treinador do Sporting que joga contra o Benfica em casa e que basicamente é esta.

Bora-lá-caralho-somos-melhores-mais-rápidos-que-estes-cabeçudos-vamos-lá-carregar-em-cima-deles-eles-não-jogam-nada-corram-caralho-SPOOOOORTIIIINGGGG!!!-GOOOOLOOOOOOO-FOOOOOODAAAA-SEEEEE-TOMEM-LÁ-CABEÇUDOS-SOMOS-MUITA-BOOONS-VAMOS-GANHAR-ESTA-MERDA-SPOOOORTIIIIING!!!

Depois de 15 minutos as pilhas gastam-se, passa o tesão do mijo e o que era um pau capaz de vazar uma vista a qualquer puta de Monsanto é agora uma mangueira mirradinha a pingar mijinhas da ponta.

O Sporting já só tem três ou quatro putos como fôlego para correr desalmadamente lá para a frente e o Benfica que andou aos papéis duramte 15 minutos acerta com as marcações, recupera, reequilibra as coisas e marca o golo da praxe que ou dá para ganhar ou pelo menos empatar.

Deja vu nº 2. 

O melhor Sporting não ganha ao Benfica mais mediano

Dejá vu nº 3

O Benfica entra aos papéis a levar bolada sem saber exatamente onde está. Não entra com vontade, não entra com garra e durante 20 minutos limita-se a ver jogar. Não tem autoridade para se impor e normalmente tem uma sorte descomunal (aliada à normal inexperiência da juventude do adversário), que lhe permite não sofre golos ou sofrer apenas um.

Depois lembra-se que até sabe jogar à bola e tem jogadas treinadas ou jogadores que podem fazer a diferença. Eventualmente há-de alguém marcar. Um petardo do Cardozo, uma cabeçada do Luisão ou um puto qualquer que finta meio mundo e mete uma lá dentro. Pode ganhar ou pelo menos não perde. Toda a gente fica satisfeita e venha a próxima jornada à espera que o Porto perca pontos.

Deja vu nº 4

A miserável condição física de início de época de metade do plantel que leva a que dosi dos jogadores mais importantes tenham que ser substituidos ao intervalo. Mas não há um preparador físico decente no Benfica?


Deja vu nº 5. (Miscelânea)

O Maxi distribui fruta que parece o Mercado de Alvalade só leva um amarelo. Toda a gente o trata como se fosse um criminoso.

O árbitro não assinala um fora de jogo e não marca um penalti para uma das equipas, a outra diz que não ganhou por causa disso.


Estas obsevações referem-se ao jogo de sábado, podem referir-se a qualquer outro jogo.

Outra coisas mais evidente e preocupante é que a defesa do Benfica está cada vez mais lenta, mais velha e mais permeável e em vez de tentarem remediar ou resolver a coisa com os jogadores que compraram, vão emprestá-los.

Por outro lado temos Markovic com apenas 19 anos e cheio de tesão mas que mostra pormenores que podem vir a ser importantes no futuro imediato do Benfica. Só três jogos não dão para aferir certezas mas tenho confiança que ali haja jogador.

P.S. Cardozo afinal já é importante... se Jesus mostrou unidade no balneário com a atitude para com Maxi, reintegrar o Cardozo após esta trapalhada toda só mostraque a SAD não sabe o que fazer aos jogadores e ao treinador.

Eu sou o mais insuspeito fã de Cardozo mas estes pormenores mostram diferenças que serão importantes na gestão do plantel que que podem significar pontos numa maratona que é uma equipa de topo a jogar em quatro frentes durante uma época inteira.

A ver vamos.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Deja Vu, parte III: desta vez ao contrário.

Ver o Benfica para mim é um ritual mas um ritual que não é unívoco e, dependendo do contexto, com várias facetas. O ritual supremo e mais homogéneo é o de ir ver o Benfica à Luz, entre iguais, onde coletivamente bebo daquela humidade saturada de desejo de vitória que no fim dos 90 minutos pode estar cheia de partículas de euforia ou frustação e que passa de pulmão em pulmão de cada um dos benfiquistas que lá estão para nos sentirmos parte de um coletivo que respira cada minuto com o bem ou com o mal que se passou.

Outros  rituais coletivos com outras vicissitudes são também aqueles em que temos a alegria ver a bola no café ou em casa com amigos, que, devido ao facto de a vida não ser só futebol, pode acontecer não ser um ambiente tão homogéneo pelo facto dos amigos ou outros companheiros de visionamento não serem do mesmo clube.

As emoções são mais concentradas nos momentos chaves do jogo mas também mais dispersas. Normalmente há álcool, outras conversas que nos distraem dos tempos mortos dos jogos, alguem que sai à rua para fumar nervoso. Todo esse ritual vive de pequenas diferenças que o tornam numa experiência diferente mas com um sentimento muito mais indivudualizado. O ar que se respira num café não é o ar coletivo do Estádio da Luz.

Depois há aquele ritual mais obscuro que é ver a bola sozinho em casa.

Quando estás em casa és só tu e o teu clube. Tu, sentado em frente à TV, sem que ninguém te questione as opiniões, os juízos, sem que ninguém te censure os gestos, os gritos, as figuras, as rezas, os maneirismos. Tu e 90 minutos a combater fantasmas, as puxar pela equipa, a mandar vir com o árbitro, a gritar golo! a mudar de canal frustado mas que num esgar de arrependimento voltas ao canal naquela esperança que te agarra até ao fim.

Se na semana passada os 9 anos a perder pontos levaram a uma decisão coletiva de não assistir à primeira jornada do Benfica por já se saber o que iria acontecer, esta jornada havia a expetativa de que as coisas arrancassem. A pressão era alta. Ir a Alvalade com 6 pontos de atraso à terceira jornada seria um fardo demasiado pesado, demasiado cedo na época.

Duante o jogo, algumas evid~encias: fez-nos falta o Cardozo, o Maxi é apenas humano mas cada vez se parece mais com uma mina sobreexplorada já com muito pouco minério para dar, o Jesus continua com a corda na garganta...

De repente, dois golos depois da hora! Deja Vu. deitámos tudo a perder...

Não. Marca Markovic, marca Lima. Dois golos aos 92 minutos!

A entrada do puto Markovic, com aquele tesão dos 19 anos e a descomplexidade de quem quer vingar como jogador da bola, deu um fôlego inesperado à equipa. Faz uma arrancada pelo lado direito, tira um cruzamento.... nada! Mas colocou a defesa contrária em sentido. E de repente, o Golo!

Com este golo quase a acabar, fora do julgamento negativo coletivo, mantive-me agarrado ao ecrão na expetativa. Lima finalmente acerta com a baliza, depois de um cruzamento teleguiado de Sulejmani, uma tremenda injustiça para Gaitan que trabalhou incasavelmente durante 66 minutos para uma displicência quase desrespeituosa de Lima preante as ofertas do colega. Mas isso são incid~encias do jogo. Um jogo que tem 90 minutos mais 2


Afinal esta equipa ainda tem algo a dizer! Afinal a maldição dos 92 minutos não é só para nós.

Agora, Alvalade, para quebrar o tesão do mijo da lagartagem!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Rola a bola: Deva Vu parte II

Ser do Benfica começa a ser um fardo que se repete cansativo e doloroso de carregar ano após ano.

Ontem tinha duas escolhas. Ficar em casa e ver o Benfica com a mais-que-tudo numa comunhão masoquista do assistir à mais do que expectável agonia do previsível ou ir prolongar a agonia das salas de cinema protuguesas ao dar a ilusão aos empresários que há ainda quem vá gastar dinheiro com a sétima arte com a compra de dois bilhetes para a mais recente fita do Neil Blomkamp.

Num assomo de vidência que se sobrepôs à ténue esperança que finalmente conseguiríamos entrar num campeonato a ganhar, decidimos ir ao cinema, sabendo que nada de bom saíria da escolha de ficar a ver o Benfica a arrastar-se 90 minutos pelo campo para um desaire anunciado.

Bem dito bem feito. Embora a fita do sul africano tenha ficado aquém das expetativas, ao menos foi uma aposta cujo desfecho se manteve em aberto até ao passar dos créditos finais. O mesmo não se passou com o início do Benfica nem tampouco do próprio campeonato.

Confesso que quase esgotei o que quer que tinha de vontade de ter esperança no mês de maio passado. Não me peçam agora para achar que este início de campeonato seria diferente. Um deja vu na derrota na Madeira. Um deja vu na vitória e na polémica do Porto em Setúbal. Um assomo de vitalidade num Sporting que joga sem nada para perder nem pressão absolutamente alguma.

A Jesus só lhe resta começar a ganhar já para a semana e não caír em Alvalade, se não esta época pouco passará de um deja vu do que tem sido o Benfica dos últimos 20 anos, exceção (e entatizo a exceção) dos campeonatos de Trappatoni e Jesus.

Triste é quando a desilusão de um filme se sobrepõe à expectável desilusão (passe o oxímoro) do início de época do Benfica.

Safou-se o Matt Damon e o Rodrigo...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Deja vu?

De regresso às revelações da verdade vermelha depois de uma pausa de mês e meio onde basicamente o que aconteceu aqui para os lados deste escriba, pelo menos, foi ressacar de uma época perdida em praticamente todas as frentes benfiquistas onde há uma bola (incluindo o futsal). Exeção feita à equipa de hóquei em patins que arranca uma vitória europeia na casa do Dragão, numa modalidade histórica onde a equipa de Benfica fez jus ao seu palmarés. Pergunto se o Porto vai abdicar de competir na europa para o ano com a sua equipa de hóquei...

Adiante. Começamos a pré época do futebol, ainda com Jesus, provavelmente sem Cardozo e ainda sem lateral esquerdo.

A entrar no seu quinto ano no clube, Jesus está já a balançar entre a estabilidade conseguida ao longo destes e o desgaste do seu modo de gerir a equipa de futebol. Seria de pensar que o ano passado era o ano do ou vai ou racha, estando a sua continuidade depende de ganhar alguma coisa e, depois do desaire da taça, foi o que muitos benfiquistas pediam. os ânimos acalmaram-se e o Presidente decide manter Jesus.

A acreditar nos valores deixados pela imprensa., a condição de Jesus é a de ganhar a Champions, principalmente porque a final de 2014 é na Catedral. A aposta dos dirigentes do Benfica é a de esticar op vai ou racha até às últimas consequências. Apostam na estabilidade da estruturam e acreditam que as pequenas arestas que nos impediram de ganhar o ano passado (dois golos depois da hora em dois jogos decisivos) podem ser limadas.
A final da Champions na Luz deixa pelo menos essa certeza de ter um incentivo extra, mas não basta. É necessário corrigir muitas coisas que teimosamente se mantêm. A falta de defesas laterais e de um guarda redes que não sucumba em moments decisivos. Sem isso o Benfica não poderá aspirar a mais nada do que acabou por conseguir esta época que passou: o apenas quase.
Ai Jasus, Jasus...

Mas laterais e guarda redes também não bastam. É necessário uma atitude e vontade dignas dos desígnios do clube e acima de tudo é necessário perder um complexo que nos assombra desder sempre e que nos custou o campeonato. O de vencer o Porto e essencialmente vencê-lo no Dragão.

O ano passado ao ver o calendário do campeonato e ao ver o penúltimo jogo na casa do adversário, pensei que teríamos de ir ao Dragão já campeões ou não nos safávamos.

Bem dito bem feito. E, depois de ver os resoltados do sorteio da liga de ontem,  este ano é mais do mesmo, com a diferença de um jogo. O jogo do Dragão é o último do campeonato.

Ao ver isto, e para afastar o sentimento de deja vu que logo me assombrou, a atitude a ter este ano não deve ser outra.

Este ano não temos de ir ao Dragão já campeões ou para podermos perder, ou não temos que ir ao Dragão tirar o campeonato ao Porto.

Este ano só temos fazer uma coisa. GANHAR! Ganhar ao Porto em casa e no Dragão. E ganhar todos os outros jogos que tivermos.

Não interessa mais nada, nem contra quem.

domingo, 26 de maio de 2013

Em busca do triunfo perdido...

Andor... já não me parece haver impasse nenhum;
Pior do que perder é pensares que quando ganhas és uno mas quando perdes é a equipa. Jesus só supostamente ressuscitou porque assumia os pecados do mundo, tu pareces exactamente o oposto. E como estás parecido com o Eric Idle, quando te fores podes assobiar a canção...
Para o ano arranjem também um psicólogo, um bruxo de fafe, um tradutor sérvio-português, o irmão gémeo do Maxi com inteligência, um guarda-redes que dê realmente pontos, um cadeirão para o Luisão e um caniche branco que mastigue pastilha elástica para os jogadores apontarem o dedo no final dos jogos.

terça-feira, 21 de maio de 2013

This is the end... of the beginning

 E pronto, foi fatal, foi uma imensidão de desilusão, alguém desligou a luz quando até parecia que amanhecia, gorou-se num último fio de areia que escorria pela ampulheta a época de "círculo perfeito" que todos desejavam e acabaram a esperar... a esperar.
Eu não queria ter sido o Padre Tirésias desta Odisseia, mas quando atrás falei da espada que pendia, só queria não ter tido razão. A espada caiu, mais uma vez, e outra vez... Não mereceste o poder Jota, continuas a não ter coragem, continuas a não querer enfrentar os teus medos, continuas a quebrar quando te pedem para seres audaz e dessa forma o ADN da equipa não mudará, foi assim que perdeste com o Bitó, porque quando deverias ter mandado a mensagem subliminar de assomo de dignidade de guerreiro, mandaste aquele protótipo estético de Mozer para encomendares um empate ao divino e confiança absoluta numa estratégia - bem montada disseram muitos - mas desmanchada por aquele moicano de sotaque que tentou cruzar e saiu um título, que arriscou ser feliz e acertou com uma bola na nossa cara impávida e incrédula, perplexa por sentir que o quase impossivel tinha acontecido.
Parabéns pelo campeonato a quem arriscou tudo, mesmo que serenamente pensassem que o tinham perdido e avidamente jogassem os dados nos incentivos perenes, nas desistências convenientes e no coelho lançado à Capela para um tranquilo regresso Miguelino que este ano até dispensou a Xistralhada ou a Proençada... dinheiro em caixa, é sempre dinheiro em caixa e o gajo dos Simpsons que se cale e leve a taça da cerveja juntamente com as carraças agarradas à pele. Perdemos na coragem que não soubemos ter e deixaste-me com o sabor amarguíssimo dos gárgulas que contemplam um céu estrelado sem vislumbre de estrelas cadentes.
Quiseste mudar a mão e acabaste a conquistar novamente o nosso coração na submissão a que pretensamente subjugaste o campeão europeu, lançaste-te às feras naquele futebol de rendilhados e de circulação de bola constante, um género de semi-Barcelona, mas sem um remate... foi bonito, foi corajoso, foi um Benfica à Benfica para essa Europa ver, mas a psique já estava danificada, a equipa desruptiva e o judeu húngaro remexeu-se no túmulo mais uma vez na proporção do olhar do Jardel para o Almeida e aquela eternidade da descida parabólica da bola só significava uma coisa: estava consumado, acabava o nosso sonho e começara a tua cruz... Mestre da táctica brejeiro, não passavas de mais um Peseiro!
Jota chegámos a um impasse, não arranjamos melhor do que tu para meter a equipa a jogar, para criar lastro financeiro em jogadores... mas agora está confirmado que és pé-frio e que dificilmente conseguirás ganhar quando realmente temos de ganhar... ou então não! Se mudaste do ano passado para este, esperemos para continuar a alegoria bíblica, pela ressureição porque mais crucificado que isto é impossível!
Resta a taça do nosso (des)consolo, dos bigodes que se prendem nas faces que com um sorriso a pingar tinto e espuma se pretendia que fosse uma festa incomensurável. Veremos...
Fiquemos com o Manzarek que ontem foi finalmente ver as portas da percepção, porque realmente estes últimos 10 dias só mesmo carregadinho de ácido lisérgicodietilamina é que alguém conseguiria imaginar.


P.S. E esta nouvelle vague de campeões schadenfreudistas? Maravilhosos.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Foi bonita a festa, na verdade

Foi o fim da mais emocionalmente desgastante época que já vivi enquanto benfiquista. Um ano a alimenta a ilusão para mesmo no fim levar duas bofetadas que deixaram qualquer benfiquista que se preze de rastos.

Um Benfica que começa manco do meio campo com Jesus a improvisar e a, mais uma vez, criar jogadores no "nada - brilhante época Enzo Pérez, com ovação mais do que merecida ontem - mas que a pouco e pouco foi achando a sua identidade e as soluções necessárias para manter uma época quase irrepreensível em termos de resultados.

Ontem discutia um uma benfiquista mais ferrenha do que eu, nada dada a racionalizações, onde é que tínhamos perdido o campeonato.

"No jogo com o Estoril" defendia eu.

"Não! O campeonato foi perdido no campo do adversário direto. Não há cá dessas mariquices. Se o porto é o nosso adversário é ao Porto que tínhamos que ganhar. Começámos a perder o campeonato no momento em que se adoptou esta linha de pensamento fatídica: Basta ganhar ao Estoril que já podemos ir perder ao Dragão" - replicou.

"Já podemos ir perder ao Dragão"

Este é o pensamento que nos condenou o campeonato.

Não foi a maldição do minuto 92, não foram as escolhas de gestão de Jorge Jesus para a época, foi a mentalidade - da qual eu partilhei logo no início da época ao ao olhar para o calendário e ver que o penúltimo jogo era na casa do adversário e advoguei que tínhamos que ir ao Dragão já campeões ou não havia nada para ninguém - a mentalidade, dizia eu, que admite que uma ida ao Dragão é derrota certa.

Mérito ao Futebol Clube do Porto e aos seus adeptos em que uma visita à Luz não mete medo. E nestes últimos anos ir jogar ao Dragão é, para um benfiquista, uma derrota certa.

Isso tem de acabar. Um campeonato faz-se de vitórias contra as outras equipas mas incluindo, e sobretudo incluindo, vitórias sobre os adversários diretos.

Muitos dirão, de que nos serve ir ganhar ao dragão se perdermos com o Rio Ave?

Ora aqui está uma época que nos servia de vitória no campeonato, porque ganhar ao Porto não é sinónimo de derrota com os mais fracos..

O ar derrotado dos jogadores e adeptos no fim do empate com o Estoril não foi apenas por causa de não se ter conseguido ganhar, foi já a assunção da derrota no Dragão. E foi essa mentalidade que nos derrotou esta época.

Ainda assim,  e julgando pelo ambiente na luz ontem, houve uma evolução da mentalidade do adepto.Apesar de uma época de desilusão, a recepção à equipa e o modo como se foi apoiando os jogadores contra o Moreirense, apesar de uma primeira parte sofrível, mostra que se reconhece mérito à equipa e ao treinador. Por isso ontem na Luz a festa até foi bonita. O milagre não aconteceu mas aconteceu Benfica. Até para o ano, campeonato.


E Domingo há taça e, em solidariedade com muitos benfiquistas, cumprirei a minha promessa do bigode. Não irei ao Jamor, visto ter sido praticamente impossível adquirir bilhete, mas podem contar que este escriba vermelho estará a apoiar o Benfica e a limpar espuma de imperial do seu proeminente bigode!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Isto hoje é sobre nós!

Não vou escrever hoje sobre a torrente de emoções que passei no sábado passado. Da ilusão à queda na realidade, da frustração de uma época alimentada a esperança foi um sábado como não vivia há muito a ver a bola.

Acreditei até ao fim, embora não me surpreenda o desfecho. Morrer na praia é triste mas não é inédito e calha a todos. Foi a vez de sentirmos o balde de água fria assim como já tive na posição de vencedor aquando aquela gloriosa cabeçada do Luisão por cima dos bracinhos esvoaçantes como dois lençóis perdidos ao vento do Ricardo.

Embora de emoções muito fortes e desfecho emocionalmente violento, foi apenas mais um clássico. Foi apenas mais um campeonato, assim como muitos clássicos e campeonatos já passei desde que me lembro que sou do Benfica e inexoravelmente irei ver, viver, ganhar e perder enquanto o campeonato de futebol da primeira liga portuguesa existir.

Hoje no entanto é um sentimento diferente. o clássico de sábado foi apenas mais um clássico. Que pode valer um campeonato, assim como muitos puderam valer um campeonato nos últimos cinquenta anos.

O que eu não me lembro é do Benfica ter ganho uma final europeia. Lembro-me de ter visto duas e ter perdido. E é como se não me lembrasse pois já lá vão 23 anos, mais de metade da minha idade.

Por isso hoje o sentimento é diferente. Nada me move contra o Chelsea a não ser neste jogo específico. Não há uma rivalidade latente, uma emoção que agita as águas em permanência ao longo do ano inteiro.

O jogo de hoje não é sobre vencer o adversário direto, sobre hegemonia futebolística (pelo menos diretamente embora também o seja), sobre uma espécie de batalha constante sobre a prevalência do vermelho sobre o azul.

Não. O jogo de hoje não é acerca do outro no outro lado da barreira.


O jogo de hoje é só sobre nós. Sobre cada uma  das gerações de benfiquistas que sempre viveram à sombra da glória europeia que antes tiveram e só puderam contar em videos, fotos e memórias.

O jogo de hoje conta apenas connosco e com os 11 representantes do mote que nos une naquilo que merecemos executar a cada um dos dias que jogamos contra um adversário estrangeiro.

Et Pluribus Unum.

O jogo de hoje é sobre o Eusébio, o Torres, o Simões, o Chalana, o Zé Aguas e o seu filho, sobre o Toni, o Ricardo, o Mozer, o Veloso, o Bento, o Humberto Coelho, o Thern, o Magnusson, o Nuno Gomes, o Rui Costa, o Simão Sabrosa, todos aqueles que um dia envergaram de vermelho na Europa e pegaram numa bola e correram para a baliza e fizeram cada um dos outros milhões de benfiquistas gritar "GOLO!" num jogo europeu e esperançaram-nos de os ver levantar uma taça em direto para o mundo.

Este jogo é sobre aquele puto que num aula de filosofia da secundária no ido ano de 1994 escutava os gloriosos 4-4 de Leverkusen nos fones escondidos entre os cabelos compridos e sobre a colega do lado que nervosamente me ia pedindo as atualizações e saltou a correr assim que a aula acabou.

O jogo de hoje é sobre mim, sobre  a pessoa que conheci no estádio da Luz e hoje me faz feliz, sobre todos os que têm este bichinho na garganta que os faz gritar Benfica.

Isto hoje é só sobre nós e aquilo a que temos direito!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A Espada de Damocles

Eis chegados ao momento da verdade, aquele que para os temerários se torna um pesadelo e desejado para aqueles que honram a batalha.
A quais pertencerão os nossos bravos? (prometo que chega de perguntas retóricas).
O "nosso" Jota, ao qual se teceram loas anteriormente merecidas, presenteou-nos a nós, a mole vermelha que carrega no éter aquelas papoilas saltitantes, decidiu transvestir-se de Damocles (nem me preocupa a tradução...) e investiu sobre ele a discussão moral personificada na espada que sobre a sua cabeça pende.
Jesus - não o literal, embora aqui também coubesse bem - decidiu ao longo desta época ser bafejado pelo poder, pela vitória quase como se um metafórico tirano Dionísio lhe tivesse permitido dispor de todas as virtudes e luxúrias do reino do futebol. Convenhamos que ninguém acreditaria que uma equipa tão supostamente remendada, com um banco de suplentes de miúdos atentadoramente B's, pseudo prodígios reconvertidos e um Carlos Martins chegasse ao ponto de rebuçado atingindo um zénite que miúdos e jovens adultos nunca antes presenciaram. Mas como todas as histórias morais existe um final e uma sentença.
Tal como Cícero perguntava em jeito de conclusão, não existe felicidade em qualquer homem que viva sempre acossado sobre o medo, Jesus deverá finalmente provar que, apesar de toda a virtude e poder, será na assumpção da existência do medo e na sua transposição, que provará, em última instância, que merece as loas e as vitórias que decide lutar.
Isto leva-nos ao verdadeiro propósito deste texto - que poderia ter-vos poupado com a famosa expressão à la Solnado "não tenham medo de ser felizes" ou coisa parecida que o sentido literal é idêntico - que é o de acreditar que, apenas quem é corajoso, quem tem mais vontade poderá viver livre e vencer.
Não podemos viver na sombra, temos de demonstrar que somos merecedores, e como tal, acaba por ser uma justiça quasi divina que tenhamos de, pelo menos, não perder frente aos rivais, inimigos, corruptos, o que quiserem. E no final, qualquer que seja o resultado ou a Proençada arranjada, devemos sentir-nos orgulhosos apenas e só se tivermos sido corajosos, se tivermos vencido aquela incapacidade de olhar olhos nos olhos o adversário.
No desporto, onde todos somos iguais - e atenção, que no futebol mais parecido a um negócio, tal não será forçosamente real mas ainda assim idêntico - ganha sempre quem tiver mais vontade de vencer, quem olhar o medo nos olhos, quem consegue equipar-se num balneário fétido e mesmo agredido de um qualquer abel consegue meter duas "batatas" lá dentro e sorri no fim.
Sábado ganhará quem tiver essa vontade e consciência das suas debilidades, assumindo que mais vale termos o destino nas nossas mãos e arriscar do que submetermos à técnica e à pretensa qualidade esperando que o mundo seja, enfim, justo. Não o é. Nunca o será.
Por isso à luta, com 9 Maxis e um Cardozo, um rei Artur sem uma metafórica Guinevere que o distraia e coragem.
O povo que vos leva nas palminhas merece-o, mas os outros também o merecem, mesmo que para tal jogassem quase toda a época com jogadores de quatro pernas, mas numa coisa nunca se aquietaram: na vontade... The will to climb. É aí que teremos de ser melhores.
Jesus e restantes papoilas, não se acanhem, lutem.

Para além de uma palestra do César Brito, ou de um vídeo do Ray Lewis, ver (não olhar...) e sentir isto também seria bom:


À Guerra, ide-vos a lutar, por vocês e por nós!







quarta-feira, 8 de maio de 2013

Quem és tu, benfiquista?

Quem és tu, benfiquista?

Para querer que a maior equipa de Portugal tenha a vida facilitada e queira passear pelo compeonato como se de um pavão vaidoso se tratasse?

Para duvidar que a grandeza da camisola que os jogadores se envergam vem apenas do símbolo da águia que decora o seu peito.

Para achar que os campeonatos não se ganham com grandes vitórias arrancadas às garras dos bárbaros na sua própria fortaleza?

Para achar que a grandeza de uma equipa se faz em paz e imaculada de preocupações e sacrifícios?

Quem somos nós para acharmos que não merecemos subir ao norte e vencer, pois as grandes vitórias fazem-se de batalhas épicas e a glória não nasce de passeios de treino nos relvados do nosso quintal.

Porque não ganhar no Dragão?

Porque não ser já campeão e com uma vitória no antro do inimigo?

É altura de gritar a uma voz e arrancar do suor, da luta e do sacrifício um dos mais importantes campeonatos das últimas décadas deste clube.

Cabe ao treinador, os jogadores mas acima de tudo a cada um dos adeptos e sócios deste clube escarlate, acreditar que as grandes vitórias só se merecem nos grandes jogos e nas grandes provas.

Eu acredito

E tu, benfiquista?


sexta-feira, 3 de maio de 2013

GOOOOOOOOOLOOOOOOOOOO CARAAAAAAAAALHOOOOOOOOOOOOO, É GOOOOOOOOLOOOOOOO FOOOOOOODAAAAAA-SEEEEEEEEE. ÓSCAAAAAAAAAAR CARDOOOOOOZZOOOOOOOOOOOOOOO. GOOOOOOOLOOOOOOOOOOOOO!

Ver a bola.

Qual o sentido de estar sentado num sofá em frente a um ecrã plano a ver 22 marmanjos a correr atrás de uma esfera cheia de ar aos saltos durante 90' minutos? Ou ir para um recinto a céu aberto juntamente com mais 55.000 almas olhar para um rectângulo de relva onde 22 pontos antropomórficos se deslocam ao sabor caprichoso dos movimentos aleatórios de uma esfera que rola unicamente com o propósito de ser inserida dentro de um rectângulo de aço com uma rede atrás?

Ao fazer este levantamento fenomenológico literal, embora limitado, do que é assistir a um jogo de futebol, seja no estádio ou em casa, sem nenhum referencial que não seja a descrição pormenorizada dos eventos que estão ali naquele momento a decorrer, dificilmente se compreende porque é que de cada vez que essa esfera entra dentro daquele rectângulo, saída dos pés ou cabeça de um dos 11 pontos antropomórficos de cor diferente dos outros 11 que povoam o rectângulo verde, parte dos humanos que assistem a este evento, salta em berros desenfrados, de punho esticado, numa alegria incompreensível.

Mas se vestirmos 10 desses pontos antropomórficos de vermelho e branco e um todo de branco e lhe dermos o nome de Artur Moraes e aos outros Ezequel Garay, Anderson Luís da Silvo, Maximiliano Pereira, André Almeida, Nemanja Matic, Enzo Peréz, Nicolas Gaitán, Eduardo Salvio, Rodrigo Lima dos Santos e essencialmente Óscar "Tacuara" Cardozo, esses 11 responderem pelo nome de equipa titular de futebol do Sport Lisboa e Benfica e o recinto que as 55.000 almas estiverem a encher se chama Estádio da Luz e os outros em casa que estão a ver tudo se intitularem de benfiquistas, o jogo que estiverem a ver for a meia final da Liga Europa e o outrora ponto antropomórfico, que agora denominamos de Óscar "Tacuara" Cardozo, receber a bola de um outro de seu nome Anderson Luís da Silva, ou melhor, Luisão, e com o seu pé esquerdo marcar o golo que leva o Benfica de novo a uma final europeia 23 anos depois, então, o berro de

GOOOOOOOOOLOOOOOOOOOO CARAAAAAAAAALHOOOOOOOOOOOOO, É GOOOOOOOOLOOOOOOO FOOOOOOODAAAAAA-SEEEEEEEEE. ÓSCAAAAAAAAAAR CARDOOOOOOZZOOOOOOOOOOOOOOO. GOOOOOOOLOOOOOOOOOOOOO!

que a massa antropomórfica que segurava ontem um recipiente de vidro castanho com um líquido amarelo espumoso, que passamos a denominar Humberto Silva a beber uma mini, deu a ver ontem o Benfica, é o momento com maior clarividência e sentido que poderia existir.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A verdade, a ética, a estética e a história.

Um derby é um derby. Ontem foi apenas mais um, poderíamos dizer, igual a tantos outros. Com emoção, penaltis por assinalar, cartões, decisões acertadas, outras erradas, falhanços e golos. Dois golos. Aliás, um golo e uma obra de arte.E foi nisto que este derby foi diferente. O golo de Lima precedido da jogada de Gaitán foi algo que nem sempre se vê num jogo de futebol e agradeço a Nicolas Gaitán por me lembrar porque é que gosto de ver bola

Mas antes voltemos ao que o derby foi igual aos outros.

O Benfica, a exemplo de muitos jogos nesta época, entra mal. O Sporting superioriza-se no meio campo e o Benfica tem dois pontas de lança perdidos lá na frente com o Matic sozinho no meio de uma floresta verda sem ajuda do Enzo no meio campo. O Sporting ocupa bem os espaços e não deixa o futebol das asas da águia funcionar. Sporting surpreende com dois bons putos, Bruma e André Martins, a moer a cabeça à defesa do Benfica. Esta é a verdade. Mas também é verdade que nesta primeira parte de domínio do Sporting isso não se contabilizou em números. Nos primeiros 45 muitos o Benfica tinha 6 remates e um golo e o Sporting apenas 2 remates. O Artur pouco trabalho teve. Na segunda parte reequilibrou-se os movimentos no campo, o Lima libertou-se mais na esquerda, obrigou o Sporting a abrir a defesa e o Jesus percebendo as mudanças de Jesualdo reforça o meio campo, metendo o Gaitán no meio. É depois dessa alteração táctica que surge isto:

Não preciso de fazer mais comentários.



Passemos ao elefante na sala.

O penalti não assinalado ao Maxi Pereira por derrube ao Capel na área do Benfica logo no início cuja marcação poderia ter condicionado os destinos da partida..

Ontem à noite discutia nas caixas de comentários do Facebook com um amigo sportinguista que reclamava por justiça acerca da perfeição estética do golo do Lima. Ele contra-argumentava que a estética nunca pode sobrepor-se à ética e que a beleza da jogada do golo de Lima não pode apagar o facto do Sporting ter sido prejudicado.

É uma visão kierkegaardiana da existência em que o estádio estético é hierarquicamente inferior ao estado ético. Poderia dizer aqui que sou mais nietzscheano e defender que a existência humana só faz sentido de um ponto de vista estético, mas estaria a ser desonesto.

Estaria a ser desonesto porque quando o Benfica é roubado (e já o foi muitas vezes) também protesto veementemente e clamo por justiça e ética. É quando aparecem os nietzscheanos todos do futebol a clamar pela superioridade indesmentível da sua equipa, do jogador, etc. argumentando que este ou outro erro é irrelevante perante a superioridade vincada na vitória

Há aqui duas maneiras de ver um jogo de futebol como um derby ou um clássico. Ou vemos determinado jogo isoladamente em que vale apenas o que se passa em 90 minutos e fazemos apenas a elencagem do que se passou unicamente ali, a cada momento e aí podemos avaliar que o penalti não assinalado de ontem condicionou o jogo todo, ou podemos fazer um levantamento histórico de todos os momentos semelhantes em todos os derbys e todos os clássicos o que anular-se-ia por si próprio.

Nem todo o mar nem toda a terra. Não querendo ser mesquinho apetece-me no entanto ter uma coisa favorita dos portistas que é a memória selectiva, e gostaria de lembrar aos meus amigos sportinguistas que roubos de igreja não são exclusivos do Benfica nem se reduzem ao dia de ontem.

Lembro-me particularmente de um Benfica-Sporting em 2001, o último derby a velhinha Luz, onde um dos maiores artistas do futebol (ponto de vista estético) Mário Jardel, inventa descaradamento um penalti ao Caneira, mergulhando perfeitamente dentro da grande área do Benfica, a cinco minutos do fim, quando estava a perder 2-0. Depois do penalti marcado Jardel descobre outro golo ao cair do pano e empata o jogo.

Nesse ano o Sporting é campeão com o Jardel a marcar 42 golos, a terceira melhor marca de sempre, igualando o Eusébio e a apenas 1 do Peyroteo e a 4 do Yazalde.

Os nietzcheanos do Sporting afirmarão sempre a superioridade estética e numérica de Jardel na grande área num ano em que esse empate pouco significou para o Sporting ou para o Benfica - na altura a atravessar o deserto - nas contas da beleza do último título do Sporting. A ética desse jogo perdeu-se na história porque o Sporting ao longo desse campeonato foi claramente superior e resta aos kierkegaardeanos do Benfica ficarem a clamar por justiça e ética.

Ora como a história é coisa que se repete mas em cores diferentes desta vez foi um Sporting a com uma época irrelevante e a 34 pontos do Benfica a reclamar pela ética.

E com razão.

Preferia que a vitória do Benfica não tivesse essa mácula. Preferia ter uma superioridade estética e ética, para além da evidente numérica. Não tenho. Houve um erro de arbitragem que manchou o jogo. Mas olhando para trás no tempo e na história, apesar de os erros não anularem outros erros, daqui a uns anos quando num derby o Benfica for outra vez roubado os sportinguistas vão olhar para trás e acusar-nos do roubo do Capela para anular qualquer crítica que possa ser feita.

O problema da ética e verdade desportiva é que só pode ser aferida retroativamente e depressa é anulada pelas contas no final de cada época.

Assim como hoje o que os sportinguistas se lembram dessa época de 2001 é dos números do Jardel e do título e os benfiquistas só se lembram desse roubo descarado, o que irá acontecer no futuro será o mesmo mas com troca de papéis.

 É justo? Não. O futebol não é no entanto um debate filosófico acerca do certo e do errado. O futebol são golos e a não ser que me digam que o Benfica pagou milhares ao Capela para não assinalar penaltis contra o Sporting, aí sim um problema ético e criminal, no futebol ganha quem marca mais golos, independentemente dos erros dos árbitros. E o Benfica ontem marcou dois, um deles uma obra de arte, um hino ao futebol.

Mais uma vez, obrigado Gaitán.



quinta-feira, 18 de abril de 2013

Derby é Derby e.... vice-versa como diria o outro!

Pronto, chegou a altura da época em que tudo se resume a 3 ou 4 jogos e tudo fica decidido... e nada melhor do que começar com o derby!
Quer se queira, quer não, este é o jogo da nossa memória, da nossa infância, aquele que se prolonga durante dias a fios e se prepara com a mesma ansiedade de um encontro com uma miúda nova que queremos conquistar - ou na versão de alguns apenas dar uma volta no carrossel da fantasia...
Tenho a sorte e a virtude de ter grandes amigos sportinguistas e/ou lagartos, aliás caracterizam-se por serem até alguns dos mais importantes ou próximos... é óbvio que os benfiquistas e/ou lampiões têm a maioria e alguns idêntica importância, mas gosto muito dos meus amigos sportinguistas... mesmo quando distilam o ódio pelo meu clube, mesmo quando confessam que veêm primeiro os resultados do Benfica para saberem se perderam antes de verem que o Sporting venceu, mesmo quando nos atiram com um qualquer resultado do Futsal, Ténis de Mesa ou Corfebol ou mesmo quando insistem na delirante ignomínia dos 3000 e tal títulos incluindo as retumbantes vitórias ou 4º postos no Torneio Internacional de Freixo-de-Espada-à-Cinta em juvenis numa qualquer modalidade individual ou colectiva. Contudo, respeito-os e compreendo.
Extrapolando e armando-me ao pingarelho na antropologia desportiva, isto é quase como a história dos irmãos completamente diferentes, filhos da mesma cidade, opostos na educação, nas virtudes e nos defeitos, quase como se um fosse criado por um pai e outro criado pela mãe (chiça, confesso que me lembrei dos Portas...), um nado nas traseiras de uma farmácia, fundido na vontade e pobreza de um grupo de orfãos, que andou de campo em campo, que constrói um estádio pelas próprias mãos, outro nado para divertimento de um visconde, fundido no pressuposto de grandeza conferido pela nobreza e/ou burguesia, que sempre povou o mesmo sítio, e que curiosamente vê os papéis inverterem-se nos dias de hoje. Não nos enganemos, ambos têm um cariz popular, nacional mas os trejeitos e as mesmas características mantém-se lá.
Vi muitos derbys, alguns ao vivo, outros na tv, outros em relatos de domingo à tarde, e seria fácil falar-vos daqueles que me deixaram mais feliz, mas hoje apetece-me falar de dois que não vi, ou que só ouvi, mas que servem para mostrar que aprendemos mais quando não ganhamos, pois não imbuídos pela cegueira da glória, do que quando perdemos momentaneamente mas tornamo-nos melhores e mais sábios.

Primeiro, o derby das curvas de Nisa como sempre o recordarei... tinha 10 anos e regressava da terra das minhas raízes, apertado, debaixo de chuva imensa; após a passagem pelas Portas de Rodão com o resultado num empate de uma bola, a 50 km/h, enquanto se iniciavam as curvas da serra (cerca de 100 até chegar a Nisa...) e até ao seu término ouvi a derrota copiosa num estertor de golos atrás de golos da equipa listada. Não me envergonhei, no fim continuávamos em primeiro, e recordo esse momento com o sorriso trocista de criança. Todos parecem esquecer que nas 7 jornadas seguintes, vencemos 7 vezes enquanto os adversários listados perderam 3 e empataram 4 jogos. Foi a última vez que o Benfica conquistou a dobradinha, tal como desejo que - pelo menos isso - consiga nesta época. É o que recordo da época 1985/1986 e glorifico, outros fazem musicais com o célebre 7-1. Nunca a frase podes perder uma batalha, mas vencerás a guerra fez tanto sentido.

Segundo, o derby do teletexto... ausente do país por motivos familiares e de festa, na época em que a lagartagem voltou a respirar e a ser campeã - merecidamente - também o "meu" Benfica estava ausente em parte incerta, quase destruído pelo burlão, preparava-se a festa monumental do último jogo no estádio dos concertos e que melhor convidado do que o grande rival. Antes de viajar lembro-me de ver num pasquim qualquer que até os cabeçudos de Torres iriam desfilar na saudosa pista do grande Moniz Pereira como prelúdio para os "cabeçudos" vermelhos que viriam a seguir. Para mim não era uma dor que ganhassem, mas seria uma dor se não tivéssemos orgulho. Rodeado, a uma distância imensa, de sportinguistas, sem acesso a qualquer outra informação que não fosse, na altura, o simples teletexto de uma qualquer tv alemã, desesperava-se pelo nulo quase até ao fim. Desisti, não queria saber, mais uma bier e whatever... até que ao minuto 86', lá apareceu 0-1 Sabry... e quando passou a verde, sorri! Sorri pelo orgulho e por termos mostrado que ainda haveria uma réstea de esperança para que nos erguessemos novamente.  "Vocês são o pior que pode haver, nunca se deixam comer, raios parta...." disse-me um grande sportinguista. Eu sorri, mais uma vez, com orgulho.
Também esta mensagem serve para nós no Domingo, nunca subestimem um adversário por mais fraco que este possa parecer. Principalmente quando o mesmo aparece ferido.

Histórias, estórias, mas domingo quando começar, será sempre o mesmo jogo na rua, lampiões para um lado, lagartos para o outro, balizas de 1 passo e sorrir, gritar, chutar, praguejar, beber, e comungar das nossas diferenças. Exultem-se as hostes, aí vem o derby.
Eu gostava que fosse assim, simples e mágico:



terça-feira, 16 de abril de 2013

A verdade é lenta mas eficaz: oito anos depois de volta ao Jamor

O Benfica foi displicente.
O Benfica foi lento.
O Benfica fez um jogo sofrível.
O Benfica volta ao Jamor oito anos depois.

Quatro factos. Apenas um é relevante.

A Taça de Portugal é um troféu único e transversal a todas as equipas portuguesas. Um troféu clássico do futebol. Um troféu onde todas as equipas suam e lutam por lá chegar e ganhar.

Quero festejar a Taça de Portugal de bigode e mini na mão ao sabor dos golos do glorioso.


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Ás vezes o universo conflui e é justo

Num dia sempre de grandes emoções por entre os sorrisos que me realizam, por entre os amigos e amigas que me realizam e o sorriso maior que me completa, completámos nós os da chama imensa o desígnio de vencer.
Nada é mais completo do que vencer sem sobressaltos, como a superioridade natural do vencedor, independentemente do oponente, do adversário, do inimigo, os fantasmas que nos percebem em vez de nos perseguir...
Hoje não estou no glossário da ironia e do divertimento, hoje preencho a escrita com o sentimento, porque também é de sentimento que se enche o meu coração, quando entre outras coisas uma camisola berrante vermelha com o símbolo glorioso corre nos campos.
Faltam 9 pontos consecutivos para a glória, para libertarmos o inferno de aquitude que nos molda, para devolvermos durante uns breves momentos a  imensa felicidade da unidade do objectivo, da conquista, e hoje, tão tranquilo e silencioso foi o passo que ninguém o sentiu porque o mesmo foi considerado natural.
O Jota continua na fase retraída, à espera da vitória suprema, comedido mas eficaz e letal como a equipa, porque é de uma equipa que se trata.
Atentem ao que vos digo: existem duas formas de construir uma equipa, pela unidade da vitória e do objectivo, da comunhão das batalhas vencidas e da vontade de vencer (a única de forma profissional como estes rapazes que envergam o manto sagrado) ou então pela unidade da convivência e da amizade, da comunhão do desígnio criado inter pares ( a forma amadora com que definimos as nossas ligações pessoais e as tornamos maiores).
Ambas podem resultar e desta forma parece que uma mistura de ambas nos pode trazer a glória. Assim seja....
A equipa passeia tranquilidade e vitória e esperamos interpretar a frase do Cajuda da melhor forma possível: "Não quero ser o indíviduo inteligente do cemitério". Pois bem, nós adeptos desta religião que nos consome também não o queremos ser, queremos só que continuem e que que nos guiem rumo ao Marquês e, se possível, à eternidade! Sejam os justos, os vencedores e que se complete o círculo. Que caia agora a nossa "chuva vermelha".




P.S. Ontem fizeram sete anos que perdemos no Nou Camp na caminhada do FC Barcelona para a 2ª conquista da Champignons League. Ninguém sabe o que isso significa, mas para mim é mais um evento que nunca me esquecerei enquanto for vivo, porque também o meu Benfica é um sinal da minha vida. Paraste apenas para me mudares e nasceres :)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A verdade não morreu há 23 anos

Com que então apenas o 8º ou 10º da Liga Iglesa hã?

Esquece-se o treinador do Newcastle que nas competições europeias os clubes ingleses têm sido pasto fértil para as vitórias benfiquistas. Exeptuando o Liverpool há dois anos, cuja a eliminação do Benfica perante a equipa da cidade dos Beatles se deve em muito a uma má gestão que Jesus estava a fazer da equipa - mão que depressa emendou este ano - os clubes ingleses têm caído frequentemente aos pés do Benfica.

Das alegrias mais recentes frente aos bifes, a que recordo com mais intensidade é a do épico resultado, também em Liverpool, de 0-2 com aquele magnífico golo do Miccoli, que afastou os Red Devils da Champions nos oitavos de 2006.

Por isso, se Pardew estudasse a história dos adversários, teria percebido que não era boa ideia fazer esse tipo de discurso contra o Benfica, uma equipa que nunca perdeu em casa na liga Europa e que tem o Cardozo, que ultrapassou o Falcao como melhor marcador em competições europeias num só clube.

Muito menos vindo de um treinador de uma equipa que nessa mesma Liga Inglesa está prestes a descer.

O Newcastle até entrou bem, forte, rápido a surpreender uma certa sobranceria de Jesus que à confiança mandou subir o Melgarejo à maluca esquecendo-se que o Newcastle tem dois tipos supersónicos na frente.

Depois acertou com as marcações e o Newcastle deu o peido físico e o karma dos campeões iluminou a baliza do Artur. Duas bolas no poste, três defesas milagrosas do Krul e a reposição da justiça cósmica do futebol com três batatas dos pontas de lança do Benfica.


Jesus prova porque é que tem no plantel três pontas de lança titulares para dois lugares. Porque esses dois lugares não têm dono. Eles estão lá para serem preenchidos por um jogador que marque golos, seja este ou aquele ou aqueloutro. E é isso que têm feito.

Agora que estamos tão perto, quero a final.

Quero uma final europeia para o Benfica. A última final europeia do Benfica a que assisti já tem 23 anos e dela só tenho a má memória em loop do Rijkaard a correr para a baliza desamparada do Silvino e a espezinhar um sonho moribundo que tinha começado a morrer com aquele penalti falhado do Veloso dois anos antes.

Estou farto de vivermos só da história. estou farto do domínio do Porto.

Eu quero a glória do Benfica agora, que a história de um clube só se valida no agora. E é agora que quero esta final europeia!


terça-feira, 2 de abril de 2013

Sob o signo do três ou um diferente período Pascal

Perante o dilúvio que cai sobre este país, não estando a referir-me a política mas sim ao boletim metereológico, encontrámos um fim-de-semana alargado orientado segundo o divino - devo confessar que deve ser a primeira vez que o nosso Jota chega ao período Pascal sem ser crucificado (sim, na época do “rolo compressor” nesta altura a equipa estava toda rota e de seguida, o David Luíz armou-se em Jim Caviezel em Liverpool) – em que o sonho continua a comandar as papoilas saltitantes e enquanto a Maria Madalena esperava junto à caverna com três golos briosos, um tal de Lima & companhia despachava a equipa do Espírito Santo (ai sacrilégio!) com meia em vez do meio golo que o profeta da Reboleira de hirsuta cabeleira tanto apregoava aos microfones.


Sinceramente, esta contrição do JJ cheira-me a esturro, agora humilde, sempre com paninhos quentes, discurso ponderado (embora com os mesmos trejeitos glosados do Levanta-te e Ri) ou então não, é apenas o Jota imbuído do espírito da Quaresma que agora terminou. O jogo não foi sem história, mas depois de terminar aos 70 min, excepto para o Maxi é claro, a equipa começou a adornar e a pensar no Newcastre e a fazer rodriguinhos...Não estou a referir-me à passadeira rolante que o Ola João meteu no tipo de verde listado, é claro. O Espírito Santo é divino e tanto quis fazer o que ninguém tinha feito, que os nossos perenes deuses fizeram-lhe a vontade. Adiante…

No regresso da LigOropa não embandeirem em arco na quinta, que os tipos podem não ser a última coca-cola no deserto e tal e coiso, mas aquilo de ingleses têm pouco que estão cheios de franceses de África que correm o jogo todo. A última vez que pensámos que eram favas contadas o Choramingos e os seus guerreiros fizeram-nos a folha e impossibilitaram-nos de jogarmos um jogo de futebol contra os andrades sem o sentimento que o árbitro tinha recebido conselhos matrimoniais ou que era o Pedro Proença (ou então foi uma benção para que o Falcao não fizesse miséria sobre Águias). Só uma coisa me deixa mais tranquilo, o El Niño – chiça, raios parta a chuva - Torres não joga lá, porque nas últimas épocas esse sacana, por muito mal que jogasse na Old Albion, contra o Glorioso tratava sempre de marcar umas batatas valentes e passar a eliminatória.

Quanto ao resto, tudo normal… ou nem por isso, Volkswagen faz um hat-trick depois de ter sido vendido (what?). Se o marreta soubesse disto, assim que assinou tinha-o vendido logo ao West Browich Albion ou Preston South End ou lá o que é aquela porra (nota-se muito que jogava o CM desde 91?)… mas não há como negar que foi uma óptima jogada de valorização de activos, ups, espera afinal o gajo já tinha sido vendido ao fundo, não a fundo…

O de Carvalho entra e em grande, depois dos episódios wrestlingcómicos dá uma conferência de imprensa num jogo de equipas B (oi?) e diz que não comenta arbitragens mas sim pássaros. Bonito, agora que ninguém sabia de onde vinha afinal o homem é ornitólogo encartado.
O Sporting dos Calhaus, sorry, de Braga consegue fazer, cá está o que ninguém tinha feito… fazer 0 pontos com o Sporting (o Gil Vicente não conta que tem o Fiúza não tem um Salvador, pimba, mais uma referência de época!). Brilhante, Peseiro, brilhante…

Enfim, continuemos em frente que é como quem assiste ao Maxi a jogar… ou melhor a correr, a bater e a avançar! Ide-vos à glória!

P.S. Isto podia ser piada de 1 de Abril, mas esperei até passar da meia-noite para que acreditasse, é verdade só faltam mesmo 12 pontos!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Outros vermelhos e um verde

Uma semana sem o Benfica jogar para a Liga não dá grande inspiração mas durante estes dias houve factos de outra equipa vermelha, que a seleção também enverga a cor gloriosa nas suas vestes, embora com tons mais de vinho do que do manto sagrado.

E parece que foi com vinho no sangue que a seleção foi jogar a Israel. Portugal está a atravessar um deserto de talento e soluções. Esta geração está desgastada e não há onde renová-la. Sem Ronaldo que carrega o mundo às costas e sem Nani que leva a Lua, Portugal é órfão do seu passado e de si mesmo. E foi com o passado em mente que os judeus resolveram vingar-se numa batalha épica na Terra Prometida e um empate arrancado a ferros. Os restos da seleção que ainda conseguiram pegar numa bola lá conseguiram uma vitória no Azerbeijão num festival de inutilidade do Hélder Postiga. Não havendo muito mais a acrescentar acho que posso resumir tudo na frase que o Gabriel Alves deixou no seu Facebook ao intervalo:

"Postiga, um Krpan com cabelo"

E é isto.

Nos entrementes o Sporting teve eleições. Ganhou um gajo qualquer,

Vamos aos factos que importam. Este sábado o Benfica joga na Luz com o Rio Ave. E é para ganhar, independentemente do que o Porto faça em Coimbra. Duvido que o Pedro Emanuel bata o pé com muita força à sua ex-equipa, portanto só temos é que cavar mais três pontos rumo ao título.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Um fim de semana bem vermelho

Depois de uma sexta feira até altas horas da noite a acompanhar memórias de benfiquismo bem regadas a conhaque e bourbon, (apresento aqui as minhas formais desculpas aos mais empedernidos benfiquistas de bigode à Chalana por não ter sido bagaço) fiquei bem embalado (e proporcionalmente enjoado) para acompanhar o fecho do tal ciclo infernal que se anunciava há muito às duas equipas líderes do campeonato. 11 jogos em 5 semanas não é para todos.

Depois de sortes distintas na Europa, Benfica e Porto teriam que responder em concordância. O clube da bola do Porto acabara de perder o argumento mesquinho de ser a única equipa portuguesa na Champions, ilustrado naquela resposta de merda que deu a Jesus quando o treinador do Benfica bem observou que na altura era a única equipa que lutava em todas as frentes. Após as eliminações do Benfica da Taça da Liga e do Porto da Champions as atenções iam todas para o campeonato. Quem melhor responderia à carga de jogos?

Este Domingo teve a resposta esperada e mostrou duas coisas: O Vítor Pereira não sabe o que anda a fazer e o Porto sem Moutinho é um bluff. Para ajudar à festa, o Jackson, "claramente o melhor avançado deste campeonato" falha um penalti que custou dois pontos.

Pergunto-vos. De que serve um avançado que se farta de marcar golos mas que não marca os decisivos? Tomem lá o Cardozo. Dois golos em Bordéus a dar os "cártes" e mais um penalti a abrir uma vitória larga que deu mais dois pontos no campeonato.

Esta é a diferença. Quando um campeonato se discute matematicamente é importante que as parcelas dessa matemática tenham uma soma evidente. Jackson farta-se de marcar... quando não é preciso. Cardozo não marca tanto, mas quando marca, soma pontos e vitórias.  Como dizia o outro, é só fazer as contas.

O Benfica, jogue quem jogar, responde na altura certa. Ir a Bordéus com dois centrais da equipa B para meter a "carne toda no assador" no campeonato (Jesus safa-se melhor a fazer citações do Quinito do que do Pascal) demonstra uma equipa que sabe as armas que tem, onde as pode e deve utilizar e o que quer fazer e sobretudo com a confiança necessária para que tudo saia bem feito

Estamos cada vez mais próximos da matemática mais importantes de todas. Só faltam 5 jornadas para sermos campeões (não 7, porque daqui a 6 jornadas vai-se ao Dragão e no Dragão queremos ir lá receber um banho dos aspersores do relvado)

P.S. Este domingo fui ao Caixa Futebol Campus ver os Júniores jogar com o Guimarães. Não propriamente de propósito mas porque no desenjoo do almoço, passear pela marginal do Seixal tem algo de tranquilizador.. Nestes jogos dos putos ainda se consegue em alguns momentos aquilo que devia ser uma tarde de futebol. Jogo às três da tarde, famílias, convívio, um ou dois canecos e insultar o árbitro só para alívio das tensões. Bancadas compostas e ambiente de festa. Em oposição ao clima de combate que cada vez se sente mais nos estádios de futebol.  E há certos jogos mesmo de júniors em que essa infeção já se começa a alastrar. Felizmente não foi o caso deste domingo. Mas temos que isso se perca para sempre

sexta-feira, 15 de março de 2013

Um Bordéus vintage das caves da Amadora

"Chigámos aos cártes.É normal, desde que tou no Benfica chiguei sempre aos cártes, às meias finais, só inda não chigámes à finál."

Jorge Jesus numa flash interview digna a figurar na entrada vídeo de um dicionário do futuro para quem queira procurar "Tiradas clássicas do Jasus"

Como me disse uma benfiquista que amíude galhofa com o Jesus, e que ainda hei-de trazer para escrever no Verdades, o homem ontem sacou de toda a sua "mitrice". Ontem não era o treinador do Benfica que estava na flash interview. Era mesmo só um gajo da Amadora.

Pois é verdade, gajo da Amadora, a caminho das meias que  nos "cártes" são os bêbedos de Newcastle e o Jardel pode oferecer mais dois golos que a gente não se chateia.

Um jogo de passeio que deu até para oferecer golos perante uma equipa que não foi tão perigosa ou difícil como Jesus quis vender no fim - embora com a estatística inabalável que demonstra que o Bordéus não perdia em casa para a Europa há seis anos - mas que mostrou que mesmo a jogar com os centrais da equipa B o Benfica joga com a maturidade suficiente para poder chegar aos "cártes" de uma competição europeia.

E agora.

Óscar Tacuara Cardozo

Já escrevi aqui uma entrada sobre ele, não me vou repetir. NO entanto, posso acrescentar que desde que me lembro que sou do Benfica a ver a bola com olhos de gente, eram os tempos do Magnusson, que não vejo um avançado do Benfica a ser tão profícuo (desculpa lá Jasus, este mistifório lexicográfico) tão consistentemente e durante tanto tempo.

É certo que não tem o carisma do sueco, a classe de Van Hoijdoonk, a paixão do Nuno Gomes ou a mística do Torres, nem muito menos é o Eusébio. Só que para mim o Magnusson é uma memória distante, assim como ao Torres e ao Eusébio nunca os vi jogar e o Nuno Gomes foi levado pelo Fiorentina quando estava prestes a tornar-se o novo menino de ouro ao lado do holandês.

Esta bem que toda esta gente marcou golos às pàzadas durantes os anos que tiveram ao serviço do glorioso e que na sua maior parte foram muitos mais do que os do Cardozo

Mas o Cardozo marca golos. Importantes. Concentrados numa só época, época após época.

Ponto final. E ontem marcou mais dois.

Com autoridade. Sem mais.