terça-feira, 21 de maio de 2013

This is the end... of the beginning

 E pronto, foi fatal, foi uma imensidão de desilusão, alguém desligou a luz quando até parecia que amanhecia, gorou-se num último fio de areia que escorria pela ampulheta a época de "círculo perfeito" que todos desejavam e acabaram a esperar... a esperar.
Eu não queria ter sido o Padre Tirésias desta Odisseia, mas quando atrás falei da espada que pendia, só queria não ter tido razão. A espada caiu, mais uma vez, e outra vez... Não mereceste o poder Jota, continuas a não ter coragem, continuas a não querer enfrentar os teus medos, continuas a quebrar quando te pedem para seres audaz e dessa forma o ADN da equipa não mudará, foi assim que perdeste com o Bitó, porque quando deverias ter mandado a mensagem subliminar de assomo de dignidade de guerreiro, mandaste aquele protótipo estético de Mozer para encomendares um empate ao divino e confiança absoluta numa estratégia - bem montada disseram muitos - mas desmanchada por aquele moicano de sotaque que tentou cruzar e saiu um título, que arriscou ser feliz e acertou com uma bola na nossa cara impávida e incrédula, perplexa por sentir que o quase impossivel tinha acontecido.
Parabéns pelo campeonato a quem arriscou tudo, mesmo que serenamente pensassem que o tinham perdido e avidamente jogassem os dados nos incentivos perenes, nas desistências convenientes e no coelho lançado à Capela para um tranquilo regresso Miguelino que este ano até dispensou a Xistralhada ou a Proençada... dinheiro em caixa, é sempre dinheiro em caixa e o gajo dos Simpsons que se cale e leve a taça da cerveja juntamente com as carraças agarradas à pele. Perdemos na coragem que não soubemos ter e deixaste-me com o sabor amarguíssimo dos gárgulas que contemplam um céu estrelado sem vislumbre de estrelas cadentes.
Quiseste mudar a mão e acabaste a conquistar novamente o nosso coração na submissão a que pretensamente subjugaste o campeão europeu, lançaste-te às feras naquele futebol de rendilhados e de circulação de bola constante, um género de semi-Barcelona, mas sem um remate... foi bonito, foi corajoso, foi um Benfica à Benfica para essa Europa ver, mas a psique já estava danificada, a equipa desruptiva e o judeu húngaro remexeu-se no túmulo mais uma vez na proporção do olhar do Jardel para o Almeida e aquela eternidade da descida parabólica da bola só significava uma coisa: estava consumado, acabava o nosso sonho e começara a tua cruz... Mestre da táctica brejeiro, não passavas de mais um Peseiro!
Jota chegámos a um impasse, não arranjamos melhor do que tu para meter a equipa a jogar, para criar lastro financeiro em jogadores... mas agora está confirmado que és pé-frio e que dificilmente conseguirás ganhar quando realmente temos de ganhar... ou então não! Se mudaste do ano passado para este, esperemos para continuar a alegoria bíblica, pela ressureição porque mais crucificado que isto é impossível!
Resta a taça do nosso (des)consolo, dos bigodes que se prendem nas faces que com um sorriso a pingar tinto e espuma se pretendia que fosse uma festa incomensurável. Veremos...
Fiquemos com o Manzarek que ontem foi finalmente ver as portas da percepção, porque realmente estes últimos 10 dias só mesmo carregadinho de ácido lisérgicodietilamina é que alguém conseguiria imaginar.


P.S. E esta nouvelle vague de campeões schadenfreudistas? Maravilhosos.

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