quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"A verdade não é a realidade, mas aqui e hoje é sempre vermelha"

A estreia do Rui Azinheiro Martins nas andanças blogueiras mas não nas andanças benfiquistas. O testemunho fixado a escrita daquilo que alimenta muita berraria, cerveja a rodos, paixões irracionais, um modo de vida ou mero folcrore. O que quer que seja, este é o Benfica do Rui Martins, o Benfica de todos nós

Enquanto o novo colaborador não se entende com o Blogger para publicar em nome próprio, aqui fica o texto do nosso novo profeta da verdade que passará a colaborar com o Verdades a Vermelho. Fica aqui o seu testemunho no dia em que o Glorioso faz 109 anos:

"A verdade não é a realidade, mas aqui e hoje é sempre vermelha" 

Hoje é dia de efeméride, e não existiria melhor dia para começar a escrever sobre um dos aspectos que preenche a minha realidade, o facto de ser adepto deste clube de 109 anos de existência, epifanicamente erigido por homens livres nas traseiras de uma farmácia em Belém que por força de um ideal de unidade preenche um pouco mais a vida de muitos... De todos um!

Relembrar o primeiro contacto com esta realidade é absorver o impacto que isso tem no nosso crescimento, é relembrar a tarde de inverno que pela primeira vez fui ao estádio, que tal como muitas outras foi fruto do acaso e da oportunidade, parado na paragem do autocarro pela mão do meu digníssimo pai decidimos por convite alheio mudarmos o rumo da nossa viagem e assistirmos na Catedral feita de pedra e apenas quente pela alma imensa a um simples jogo de um desporto que para mim era a liberdade nos olhos de uma criança no recreio da escola e na rua onde todos somos iguais.
Ali, naquele sítio, ver uma imensidão de gente nos anos 80, a gritar e apoiar uma equipa de portugueses de bigode e sem bigode, desembocados de uma revolução de mentalidades com 2 vikings louros a destoar a estraçalhar uma equipa de bons rapazes que vinham do norte, numa unidade, num uníssono entre público e jogadores foi uma revelação.
Relembro as palavras de um daqueles senhores velhotes, senior como agora insistem em chamar, com a almofadinha com o símbolo do clube virar-se para essa criança de sete anos que gritava e queria mais golos proferir as palavras proféticas: "...este é dos nossos quando crescer, nunca percas este amor miúdo"

Assim o fiz, não o perdi embora ao longo do tempo o tenha curado. 
Aprendi a paixão na história do clube, na forma como a assumpção da diferença é o sinónimo da nossa igualdade, como de todos somos um.
Nesta verdade a vermelho, a maior paixão é essa mesma, a de sentirmos que todos somos iguais e que de todos fazemos Um.
Relembremos então este dia e muitos outros, o das vitórias e o dos dias em que deixamos os outros ganhar, sim, porque o Sport Lisboa e Benfica nunca perde, como dizia o Artur Semedo: "uns dias ganha nos outros apenas não vence" porque ganhar, ganha sempre que um adepto o sente!
Saudações benfiquistas
Rui Martins

P.S. Em relação à Taça da Liga, agora já podem voltar a chamá-la pelo nome e não se referirem a ela como Taça Benfica, e como disse o César Monteiro, "meus amigos que se f... a taça"
P.S.S Sim, sou um pouco dado a citações, ignorem lá isso, se quiserem ler clássicos não será aqui de certeza!

Rui Martins

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